sexta-feira, 30 de abril de 2010

Problematização do conceito e possíveis relações com a pedagogia e com aprendizagem inicial do sistema de escrita

Resenha do artigo de Isabel Cristina A. da Silva Frade


O artigo dialoga o significado da introdução de uma cultura digital na sociedade, problematizando relacões conceituais entre os termos letramento digital/alfabetização digital e os significados já discutidos e a este respeito. Este estudo busca resolver problemas referentes a alfabetização na escola e ao contexto digital, discutindo sobre qual seria a contribuição dos computadores no processo de alfabetização de crianças, vários pesquisadores têm trazido para este estudo uma discussão sobre novas práticas do processo de alfabetização. Com o surgimento do caderno e do lápis de grafite foram ampliadas as possibilidades pedagógicas, antes os registros escritos se perdiam, pois eram feitos em caixas de areia, pedras de ardósia entre outros. O registro da escrita passa a ser um artefato cultural que altera as relações com o conhecimento. Antes a leitura precedia a escrita, não havia suportes suficientes para a escrita, hoje a leitura e escrita acontecem num processo simultâneo Letramento segundo Magda Soares (1998, p.47), é o estado ou condição de quem não sabe ler e nem escrever, mas cultiva as práticas sociais que utilizam a escrita. o lettramento digital é conhecer a tecnologia efazer uso dela para a prática da escrita. H oje não basta saber e escrever mas se tem que saber usar a tecnologia digital. Para esta mesma autora a alfabetizaçao se caracteriza pela aprendizagem de uma técnica.
A cada alteração nas tecnologias escritas, novos gestos e possibilidades cognitivas e novas pedagogias as quais alteram o relacionamento com a cultura da escrita, também com o conhecimento e com a instituição encarregada de transmiti-la, a escola.
A escola relacionava alfabetização ao traçado de letras, hoje é possível fazer o traçado das letras e aprender a ler ao mesmo tempo. No letramento se tem preferência pela letra manuscrita maiúscula. A alfabetização é um duplo processo, onde é preciso saber o que são as letras e ao mesmo tempo grafá-las e ainda saber o que representam como sistema. Os materiais diversos de alfabetização: letras soltas possibilitam manusear e manipular como objeto.
Emília Ferreiro discute a revolução da informática tendo no computador uma diversidade de caracteres, onde o autor intelectual e material se completam com o editor material. Numa época de fluxos de informações, se faz necessário recortar e eleger informações importantes (textos), letramento digital. Não se pode esperar que o computador chegue às escolas, mas é preciso buscar instrumentos que permitam aos alunos se familiarizar com o computador, no texto a escritora traza sugestão de usar o teclado da máquina de escrever, pois se assemelha ao do computador.
Usar um novo artefato para produzir à escrita vai trazer a tona aos alunos novos questionamentos a cerca do modo correto de escrever as palavras, visto que na máquina de escrever não é possível apagar se estiver errado, fazendo com que se pesquise antes de escrever uma palavra que se tenha dúvidas quanto sua grafia. O uso da máquina de escrever introduz o aprendiz num gesto de escrita que permanece no computador.
O domínio das tecnologias digitais refere um novo olhar sobre o alfabetizar. Mesmo quem compreende os códigos de leitura e escrita, usufrui minoritáriamente da tecnologia digital, não decifrando seus códigos, usos e funções.
Analfabeto digital em tempos de alta tecnologia sendo exposta por meios de comunicação, refere compreensão sobre o que o "computador é capaz de fazer", porém mostra o limite de muitos em "saber operá-lo".
Na educação de crianças, a multivariedade, tanto a exposta na tela quanto a que o computador dispõe, favorece o pensar e impulsiona o imaginário, estabelecendo relações daquilo que é real através do conhecimento já adquirido com as produções nele realizadas e demonstradas.
Compreender o conceito de representação da escrita e da leitura pode ser algo possível em meio ao manuseio da maquina, porém a ênfase maior corresponde a utilização do computador para a interação, socialização, informatização, marcas impressas dessa cultura.
os movimentos entre o oral e o escrito, possibilitam o manuseio de linguagens. Sua relação com o visual, demonstra um aspecto a mais, contribuinte na aprendizagem tanto de códigos escritos quanto falados. A tecnologia digital oferece tais opções: o som,a imagem e a escrita, permitindo ao aprendiz buscar o que quer saber, o que lhe é curioso e interessante, evitando tanto excessos ou falta de tais aspectos.
A simultaneidade de linguagens expostas pelo computador viabiliza um aprendizado "completo", ou seja, permite ao aprendiz criar, recriar, escrever, reescrever, ler, reler, pesquisar, desde que seu manuseio e uso seja orientado ou ao menos acompanhado por um certo objetivo. No que se refere ao ensino e aprendizagem (principalmente os escolares), o manuseio de recursos dessa cultura digital precede a existência clara e específica de objetivos, de um fazer porque e para que, evitando que o momento de uso do computador seja apenas um tempo a passar. Permitir que a criança descubra o que este oferece, mas também orientá-la para o que se faz possível e interessante pretende a tarefa do seu educador/mediador.
Em aspectos gerais, o manuseio tecnológico não minimiza os manuseio dos artefatos manuscritos e vice-versa. O imprescíndivel corresponde ao uso correto e consciente de cada cultura.

Um comentário:

  1. Muito bom esta comentário até utilizei para a realização do meu TCC. Obrigado... Abraço

    ResponderExcluir